GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
APOSTILA 1 (ENEM)
CARTOGRAFIA
PROFESSOR - LUIZ GANEM
(http://professorganem.blogspot.com.br/)
Mapa, representação de uma área geográfica ou
parte da superfície da Terra, desenhada ou impressa em uma superfície plana.
Contém uma série de símbolos convencionais que representam os diferentes
elementos naturais, artificiais ou culturais da área delimitada no mapa. Seu
tipo básico é o mapa topográfico, que mostra os elementos naturais da área
analisada e também certos elementos artificiais, além das fronteiras políticas.
Entre os mapas temáticos mais importantes encontram-se as cartas de navegação
marítima (náuticas) e as cartas de navegação aérea (aeronáuticas). As cartas de
navegação marítima cobrem a superfície dos oceanos e de outras grandes massas
de água, bem como suas costas. As cartas de navegação aérea contêm a situação
dos radiofaróis, dos corredores aéreos e das áreas cobertas pelos campos de
transmissão das estações de rádio.
Para que um mapa possa conter uma grande quantidade de informação de fácil
leitura, deve-se empregar um sistema de símbolos, que são definidos nas legendas
(convenções).
A
localização de um ponto no mapa pode ser definida com precisão pelos graus,
minutos e segundos de latitude e longitude. Os mapas são orientados de modo que
apresentam uma rosa-dos-ventos que indica a direção do pólo magnético.
A
escala em que um mapa é desenhado representa a relação entre as dimensões dos
elementos representados no mapa e a dimensões reais desses mesmos elementos na
superfície da Terra.
As
formas das curvas de nível são uma representação exata das formas das elevações
e das depressões, e as curvas propriamente ditas mostram as altitudes reais.
Os
diversos métodos usados para se obter um mapa plano da superfície terrestre são
denominados projeções e são classificados como projeções geométricas e
projeções analíticas.
Entre as primeiras encontra-se a projeção cilíndrica, em que o cartógrafo
considera a superfície do mapa como um cilindro ao redor do globo terrestre,
tocando-o no equador. O mapa resultante representa a superfície do mundo como
um retângulo, em que as linhas paralelas de longitude têm a mesma separação
entre si e as linhas de latitude têm separação diferente.
A
famosa projeção de Mercator, desenvolvida matematicamente pelo geógrafo
flamengo Gerhard Kremer (Gerardus) Mercator, está relacionada à projeção
cilíndrica, embora apresente certas modificações. A projeção de Mercator
permite introduzir outro tipo de projeção muito utilizada em cartografia; a UTM
(Universal Transversa de Mercator) que trata-se de uma projeção cilíndrica
transversa secante.
Outro tipo são as projeções azimutais, que resultam da projeção do globo
terrestre sobre uma superfície plana capaz de tocá-lo em qualquer ponto. Esse
grupo inclui as projeções centrais (formadas pelos raios que se projetam do
centro da Terra), ortográficas (o ponto de projeção dos raios encontra-se no
infinito) e estereográficas planas (o ponto de projeção localiza-se em posição
diametralmente oposta ao ponto de tangência).
Nas
projeções cônicas (também denominadas Lambert), deve-se colocar um cone no
extremo superior do globo terrestre. Após a projeção, o cone se abre até
transformar-se em uma superfície plana. O cone toca o globo terrestre em todos
os pontos de um único paralelo de latitude, e o mapa resultante é muito preciso
no que diz respeito a todas as áreas próximas a esse paralelo.
Para um delineamento exato de áreas extensas em pequena escala, foram
desenvolvidos modelos matemáticos denominados projeções matemáticas; esses
modelos representam toda a Terra em círculos, ovais ou outras figuras. Os mapas
desse tipo, denominados projeções descontínuas, incluem a projeção
homalográfica descontínua senoidal de Goode e a projeção eqüiárea de Eckert.
A
elaboração de mapas, ou cartografia, recebeu grande ajuda dos avanços
tecnológicos. Exemplos disso são a fotografia aérea (com a fotografia baseada
em infravermelho) e as imagens obtidas de satélites. A triangulação dos dados
obtidos a partir da localização de um ponto por pelo menos três satélites, como
a realizada pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS), reduziu
significativamente a margem de erro ao determinar a localização exata dos
pontos da superfície terrestre.
Atualmente, os levantamentos aerofotogramétricos (Reconhecimento aéreo) são
usados em conjunto com as informações tradicionais do levantamento topográfico
do terreno (Geodésia). Mais recentemente, o aperfeiçoamento da fotografia feita
desde satélites fornece imagens exatas de regiões bastante amplas, mas a confecção
de mapas continua exigindo o uso das projeções.
Os
mapas mais antigos existentes foram elaborados pelos babilônios por volta de
2300 a.C.
Acredita-se que o primeiro mapa que representava o mundo conhecido foi
elaborado no século VI a.C. pelo filósofo grego Anaximandro. Um dos mapas mais
famosos da época clássica foi traçado pelo geógrafo grego Eratóstenes por volta
de 200 a.C. Por volta de 150 d.C. Ptolomeu escreveu sua Geographia
que continha mapas feitos com base num método matemático preciso de projeção
cônica. O geógrafo árabe al-Idrisi criou um mapa do mundo em 1154 que foi o
mais completo conhecido até o século XVI. No século XIII, os navegantes
mediterrâneos criaram cartas marítimas ou portulanos.
A
projeção que Gerardus Mercator concebeu para seu mapa-múndi foi de extremo
valor para todos os navegantes.
A
precisão dos mapas posteriores aumentou muito devido à determinação mais
precisa da latitude e longitude.
No
final do século XVIII, quando o espírito explorador deu lugar ao
desenvolvimento do nacionalismo, um grande número de países europeus começou a
realizar estudos topográficos detalhados em nível nacional. O mapa topográfico
completo da França foi publicado em 1793, apresentando uma forma mais ou menos
quadrada e medindo aproximadamente 11 m em cada lado. A Inglaterra,
Espanha, Áustria, Suíça e outros países seguiram o seu exemplo. Nos Estados
Unidos foi organizado em 1879 o Geological Survey (informe geológico) com o
objetivo de elaborar mapas topográficos de grande escala de todo o país. Em
1891, o Congresso Internacional de Geografia propôs a elaboração de um mapa do
mundo inteiro em uma escala de 1:1.000.000, porém, essa tarefa não foi concluída.
No século XX, a cartografia passou por uma série de importantes inovações
técnicas. A fotografia aérea e os satélites estão realizando estudos geodésicos
completos da superfície terrestre.
Cartografia
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa antigo de 1627
Mapa da América do Sul de 1750
Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein
= escrita) é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e
estudo dos mapas. O vocábulo foi pela primeira vez proposto pelo historiador
português Manuel Francisco Carvalhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta
datada de 8 de Dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador
brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente
consagrado pelo uso. Das muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui
a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI):
Conjunto dos estudos e operações
científicas, técnicas e artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a
partir dos resultados das observações directas ou da exploração da
documentação, bem como da sua utilização
A cartografia encontra-se no curso de uma longa e
profunda revolução, iniciada em meados do século passado, e certamente a mais
importante depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV e XVI. A
introdução da fotografia aérea e da detecção remota, o avanço tecnológico nos
métodos de gravação e impressão e, mais recentemente, o aparecimento e
vulgarização dos computadores, vieram alterar profundamente a forma como os
dados geográficos são adquiridos, processados e representados, bem como o modo
como os interpretamos e exploramos.
·
Cartografia
matemática é o ramo da cartografia que trata dos aspectos matemáticos ligados à
concepção e construção dos mapas, isto é, das projecções cartográficas. Foi
desenvolvida a partir do final século XVII, após a invenção do cálculo matemático,
sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Joseph Louis Lagrange. Foram
especialmente relevantes, durante o século XIX, os contributos dos matemáticos
Carl Friedrich Gauss e Nicolas Auguste Tissot.
·
Cartometria é o
ramo da cartografia que trata das medições efetuadas sobre mapas,
designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e
contagem de número de objetos.
Os primeiros mapas
A
função dos mapas é prover a visualização de dados espaciais e a sua confecção é
praticada desde tempos pré-históricos, antes mesmo da invenção da escrita. Com
esta, dispomos de mapas em placas de argila sumérias e papiros egípcios. Na
Grécia antiga, Aristóteles e Hiparco produziram mapas com latitudes e
longitudes. Em Roma, Ptolomeu representou a Terra dentro de um círculo.
A Cartografia medieval
Embora durante a
Idade Média o conhecimento geográfico tenha conhecido uma relativa estagnação
na Europa ocidental, confinado ao domínio eclesiástico, foram produzidos os
mapas OT (orbis terrarum): um T composto pelas águas (Mar
Mediterrâneo, Mar Negro e rio Nilo), separando as terras (Europa, Ásia
ocidental e Norte de África), dentro de um O (o mundo).
No mundo árabe,
ao contrário, desde 827 o califa Al Mamum havia determinado traduzir do grego a obra de
Ptolomeu. Desse modo, através do Império Bizantino, os árabes resgataram os
conhecimentos greco-romanos, aperfeiçoando-os.
A Cartografia da Idade Moderna
Com a reabertura
comercial do Mar Mediterrâneo, especialmente a partir do século XI, os mapas ganharam
mais importância, particularmente entre os árabes, que prosseguiram com o seu
desenvolvimento.
Em poucos
séculos, os mapas de navegação marítima, que passaram a ser grandemente
valorizados na região mediterrânica, associados aos progressos técnicos
representados pela bússola, pelo astrolábio e pela caravela, permitiram o
processo das grandes navegações, marcando a passagem para a Idade Moderna. Os
portulanos introduziram a rosa-dos-ventos e motivos temáticos passaram a
ilustrar as lacunas do conhecimento geográfico.
A cartografia
moderna conhece um progresso imenso com os Descobrimentos portugueses, de que
são exemplo os primeiros mapas a escala mundial, de Pedro Reinel, João de
Lisboa, Lopo Homem, entre outros conhecidos cartógrafos do início do Século
XVI. A compilação Portugaliae Monumenta Cartographica contém mais de 600 mapas
desde 1485 até 1700. Essa capacidade foi progressivamente exportada para outros
países, nomeadamente Itália, França ou Holanda, de que nos chegaram muito mais
cópias. Mercator introduz uma projeção não cilíndrica, que irá influenciar a
cartografia seguinte.
Os mapas atuais
Os mapas, antiga
e tradicionalmente feitos usando material de escrita, a partir do aparecimento
dos computadores e dos satélites conheceram uma verdadeira revolução.
Atualmente são confeccionados utilizando-se softwares próprios (Sistemas de
Informação Geográfica) (SIGs, CAD ou softwares especializados em ilustração
para mapas). Os dados assim obtidos ou processados são mantidos em base de
dados. A tendência atual neste campo é um afastamento dos métodos analógicos de
produção e um progressivo uso de mapas interativo de formato digital.
O departamento
de cartografia da Organização das Nações Unidas é o responsável pela manutenção
do mapa mundial oficial em escala 1/1.000.000 e todos os países enviam seus
dados mais recentes para este departamento.
A cartografia histórica no Brasil
Os
estudos de cartografia histórica, no Brasil, estão ligados ao processo
histórico de confecção de mapas descritivos do seu território. Entre as
instituições que se destacam neste segmento de estudo apontam-se:
·
Serviço
Geográfico do Exército (DSG)
·
Diretoria
de Hidrografia e Navegação (Marinha do Brasil)
·
Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
·
Instituto
Geográfico e Cartográfico (IGC)
A cartografia temática
Na
cartografia temática temos convenções e símbolos cartográficos que são símbolos
e cores utilizados para representar os elementos desejados. Existe uma
padronização internacional de símbolos e cores para facilitar a leitura e
interpretação dos mapas, em qualquer parte do mundo.
Projeções Cartográficas
Para a prática
da ciência cartográfica é de fundamental importância a utilização de recursos
técnicos, e o principal deles é a projeção cartográfica. A projeção
cartográfica é definida como um traçado sistemático de linhas numa superfície
plana, destinado à representação de paralelos de latitude e meridianos de
longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construção dos mapas.
A representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de distorções. Nesse sentido, as projeções cartográficas são desenvolvidas para minimizarem as imperfeições dos mapas e proporcionarem maior rigor científico à cartografia.
No entanto, nenhuma das projeções evitará a totalidade das deformações, elas irão valorizar alguns aspectos da superfície representada e fazer com que essas distorções sejam conhecidas. Entre as principais projeções cartográficas estão:
- Projeção Cilíndrica: o plano da projeção é um cilindro envolvendo a esfera terrestre. Depois de realizada a projeção dos paralelos e meridianos do globo para o cilindro, este é aberto ao longo de um meridiano, tornando-se um plano sobre o qual será desenhado o mapa.
Projeção Cilíndrica
- Projeção
Cônica: a superfície terrestre é representada sobre um cone imaginário
envolvendo a esfera terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos e os
meridianos são linhas retas convergentes para os pólos. Nessa projeção, as
distorções aumentam conforme se afasta do paralelo de contato com o cone. A
projeção cônica é muito utilizada para representar partes da superfície
terrestre.
Projeção Cônica
- Projeção Plana
ou Azimutal: a superfície terrestre é representada sobre um plano tangente à esfera
terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos, retos que se
irradiam do polo. As deformações aumentam com o distanciamento do ponto de
tangência. É utilizada principalmente, para representar as regiões polares e na
localização de países na posição central.
Projeção Plana ou Azimutal
- Projeção
Senoidal: executada por Mercator, Sanson e Flamsteed, tem os paralelos
horizontais e equidistantes. Trata-se de um tipo de projeção que procura manter
as dimensões superficiais reais, deformando a fisionomia. Esta deformação
intensifica-se na periferia do mapa.
- Projeção de Mercator ou Projeção Cilíndrica Conforme: conserva a forma dos continentes, direções e os ângulos verdadeiros. Muito utilizada para navegação marítima e aeronáutica.
- Projeção de Peters ou Projeção Cilíndrica Equivalente: não mantém as formas, direções e ângulos, conserva a proporcionalidade das áreas, preservando as superfícies representadas.
- Projeção de Hölzel: Apresenta contorno em elipse, proporcionando uma idéia aproximada da forma esférica da Terra com achatamento dos pólos.
- Projeção Azimutal Equidistante Polar: O pólo norte é o centro do mapa, e a partir dele as distâncias estão em escala verdadeira, bem como os ângulos azimutais.
- Projeção de Robinson: é uma representação global da Terra. Os meridianos são linhas curvas (elipses) e os paralelos são linhas retas.
Aguardem o bloco
de atividades.